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                                      Auto da Barca do Inferno: adaptando e incluindo


Sabe-se que a inclusão no ensino regular na prática necessita de muito planejamento e adaptações para que todos os alunos participem efetivamente das aulas. Vamos compartilhar aqui a experiência de um momento de trabalho em literatura com uma turma do Ensino
Em uma turma do primeiro ano do Ensino Médio frequenta dois alunos com deficiência intelectual, ambos não estão alfabetizados. Para tornar o ensino literário um momento prazeroso e significativo foi realizado uma releitura da obra “Auto da Barca do Inferno” d

o dramaturgo português Gil Vicente (1465 a 1537) , que foi apresentada pela primeira vez há quase 500 anos. A peça foi escrita na passagem da Idade Média para a Idade Moderna, oscilando entre os seus valores morais de duas épocas: ao mesmo tempo que há uma severa crítica à sociedade, típica da Idade Moderna.
Para que fosse possível realizar a releitura da obra, o primeiro passo foi apresentar a proposta explicando sobre o Humanismo e Gil Vicente, avaliando os personagens da obra. Em seguida, foram analisadas algumas releituras já feitas. Para contemplar a aprendizagem de todos, houve muito uso de vídeos e áudios, discussões em grupo e seminário sobre o assunto. Permitindo que o aluno que não tina adquirido o processo de leitura e escrita também participasse e compreendesse o assunto abordado.
Após essas discussões, a turma foi dividida em grupos. Cada grupo escreveu sua peça teatral, fazendo uma versão da obra original, incluindo personagens e situações que caracterizariam a nossa sociedade nos tempos atuais. Para superar o empecilho dos alunos com necessidades especiais que não dominavam o sistema da escrita, um colega fazia o papel de escriba, ou seja, escrevia o que o aluno ditava para colaborar na produção escrita da peça teatral.
Para a apresentação, os alunos também precisaram de adaptações porque não conseguiram memorizar o texto. Assim, um colega murmurava e o aluno repetia as falas. Pode-se perceber a alegria e o comprometimento de toso os alunos nesse trabalho, independente das limitações de cada um. Além do aprendizado literário, aprenderam a superar e respeitar as diferenças, sendo que cada aluno tem um papel fundamental para alcançar o objetivo da proposta de ensino.
Finalizando essa etapa, os alunos relataram suas experiências, onde descreveram todas as dificuldades, emoções e potencialidades desenvolvidas no decorrer de todo o processo.

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Dia da independência Garantir a participação de nosso aluno de maneira efetiva no Ensino Regular é um dos objetivos que almejamos dentro do AEE. Neste sentido ressaltamos uma grande conquista: a participação do nosso aluno de DI na sessão cívica da escola. A maioria de nossos alunos participam ativamente das atividades escolares, mas destacamos aqui a participação do aluno B, do quarto ano na declamação de uma poesia em homenagem a Pátria.B. sempre foi um aluno tímido que se recusava a participar de atividade públicas. Através de muita estimulação do trabalho colaborativo entre escola, família, professora do ensino regular e do AEE, ele participou espontaneamente com os demais colegas da declamação. Esse dia foi de muita alegria para todos que acreditam na potencialidade de seus alunos!!!